A utilidade de ter dois nomes próprios

Penso que é universal, e que os miúdos já nascem a saber que se são chamados em tom autoritário pelos seus dois nomes próprios (usual na altura em que eu nasci), que estão a ser repreendidos de alguma coisa que estão, ou se estavam a preparar, para fazer. Eu por exemplo, chamo-me Ana Sofia, mas toda a gente sempre me tratou por Sofia, no entanto, já sabia que se a minha mãe ou o meu pai me chama-se Ana Sofia (para ler rapidamente e em tom autoritário), alguma eu tinha feito, e o mesmo eu observava com as minhas primas e amigas. A Cláudia passava logo a chamar-se Cláudia Isabel; a Joana, Joana Raquel; o Rodrigo, Rodrigo Miguel; o Nuno, Nuno Alexandre; a Gisela, Gisela Carlota; a Guida, Sofia Margarida; o Luís, Luís Miguel; a Cátia, Cátia Alexandra; a Isabel, Isabel Cristina. Ok, estes últimos dois exemplos não sei se são verdade, porque só as conheci já tínhamos todas passado dos 20 anos. Ora, acontece, que a minha Madalena só tem um nome próprio, bem na realidade tem dois, mas isso é porque em Portugal só se podem registar até dois nomes próprios e quatro apelidos, e como eu queria cinco apelidos, e o primeiro deles pode ser considerado um nome próprio masculino, lá me registaram a criança, como tendo dois nomes próprios. Mas, é um nome que não combina, se eu a quiser repreender. Estão-me a ver, por acaso histericamente aos berros no supermercado a gritar MADALENA CAETANO, não dá pois não???
Mas, quando o meu primo André (que por acaso só tem um nome próprio), esteve de férias lá por casa, chamava-a de Madalena Augusta (sem saber que Augusta é o nome da minha sogra). Eu gostei, por isso agora, sempre que a minha filha se portar mal será chamada de Madalena Augusta.
E viva os dois nomes próprios.

ADENDA: Ainda na barriga, eu chamava-lhe muitas vezes, para desespero dos meus colegas de trabalho, e do Nuno (Alexandre), Vitória Augusta.

ADENDA2: Se alguma vez, alguém que me leia e não me conheça pessoalmente, ouvir alguém a chamar por Madalena Augusta, sou eu, só pode.