Quando eu era pequenina (ou até aos 15 anos mais ou menos)

A minha mãe era muito controladora de tudo o que eu comia...fundamentalista mesmo.
O meu dia alimentar era sempre igual e a única refeição que variava era o almoço. Não era por falta de dinheiro ou por falta de opções, afinal o meu pai era chefe de cozinha de um hotel de 5 estrelas e poderia trazer para casa o que quisesse, se quisesse. Era mesmo porque eu tinha tendência para engordar e a minha mãe era (é) fanática da alimentação saudável.
De manhã leite branco sem  açucar, e um pão integral com manteiga.
A meio da manhã, na escola, mas trazido de casa, um iogurte Vigor natural.
Ao almoço, sempre em casa, (des)vantagens de morar perto da escola, carne ou peixe em dias alternados com batata, arroz ou esparguete com legumes ou salada e uma laranja, tangerina ou fruta semelhante.
Meio da tarde um pão integral com marmelada caseira (o único doce do dia).
Jantar, um prato de sopa de Legumes, um pão com queijo ou fiambre e uma maçã.
Se tivesse fome durante o dia, 2 ou 3 bolachas cream cracker simples.
Mas assim de quando em vez, de 3 em 3 meses mais ou menos, a minha mãe não tinha tempo de fazer a sopa e ao jantar comíamos sopa Primavera da Maggi, sempre sopa primavera...era o meu momento Mc Donalds se eu na altura soubesse o que é que era o Mc Donalds...
Há cerca de um mês, à procura de caldos Knorr (coisa que raramente entra cá em casa, porque casei com um fundamentalista anti caldos) reparei na sopa Primavera, e comprei...comi-a hoje...garanto...não há à face da terra comfort food para mim que atinja o nível de uma sopa primavera da Maggi...todas as memórias do mundo daqueles jantares que eram especiais sem o serem...


Adenda 1- Ao fim de semana podia cometer extravagancias como a minha mãe fritar batatas, ou a minha madrinha me comprar um doce ou um bolo

Adenda 2- A minha mãe mantém  praticamente o mesmo peso desde que casou.