segunda-feira, 1 de junho de 2009

Na minha mesa-de-cabeceira até ontem

Eu sei que já tem uns aninhos, mas mais vale tarde que nunca, e afinal de contas os livros são intemporais, ou não?"As mulheres são de extremos, no que toca à manutenção. A forma como as mulheres cuidam dos pêlos que têm no corpo é absolutamente espantosa. Um dos grandes mistérios para mim é o facto de uma mulher conseguir pôr cera quente nas pernas, arrancar os pêlos pela raiz e continuar a ter medo de uma aranha.

Às vezes vão ainda mais longe- recorrem à electrólise. É o mesmo que pôr os pêlos, um a um, na cadeira eléctrica. É a pena de morte do pêlo. Põem o pêlo na cadeirinha, põem-lhe o capacete metálico e dão-lhe uma última passagem com champô e com o amaciador que ele escolher."

"Noutro dia estava numa loja a ver as mulheres a admirarem a roupa e reparei que elas não a experimentam- põem-se por detrás dela. Tiram o vestido do bengaleiro e põem-no à sua frente. E tiram uma conclusão qualquer. Esticam uma perna para a frente e inclinam-se ligeiramente para trás. Devem precisar de saber:"se um dia eu só tiver uma perna e tiver uma curvatura de quarenta e cinco graus, o que é que hei-de vestir?""

"Quer se goste quer não, as nossas coisas representam-nos. Na maior parte das vezes as coisas das pessoas até são parecidas com elas. Toda a gente tem uma roupa perfeita para si, seja ela qual for. Para mim, tudo aquilo que temos é na realidade uma camada de roupa. O nosso corpo é a nossa roupagem mais íntima e mais verdadeira. A nossa casa é outra camada de roupa. Depois, o nosso bairro, a nossa cidade, o nosso estado. É tudo uma roupagem gigantesca. Usamos tudo. É por isso que, em certas cidades, independentemente do que temos vestido, andamos sempre mal vestidos. É só por lá estarmos. há lugares de onde é melhor virmos embora em vez de mudarmos de roupa."

"É um facto que as pessoas tentam apoderar-se dos nossos bens. As pessoas querem roubar-nos. Toda a gente tem os seus pequenos truques de segurança. Coisas que acham que vão enganar os criminosos. Vamos à praia, vamos para dentro de água, pomos a carteira dentro dos ténis... Quem é que vai descobrir? Que mente criminosa seria capaz de penetrar aquela fortaleza de segurança?... Já vos aconteceu terem de levar uma televisão no acento de trás do carro? Depois, deixamos o carro na rua por uns minutos e pomos uma camisola a tapar a televisão..."

"há muitas coisas que podem provar que o ser humano não é inteligente. Mas a minha preferida foi a necessidade de inventar o capacete. Aparentemente, o que estava a acontecer é que estávamos envolvidos em muitas actividades que nos estavam a partir a cabeça. Optámos por não deixar de as fazer, e em vez disso, inventar uma coisa que nos permitisse manter o estilo de vida que estava a partir-nos a cabeça. O capacete. Mas nem mesmo isso funcionou, porque havia muita gente que não o usava e então foi necessário fazer uma lei que tornasse o uso do capacete obrigatório. O que é ainda mais estúpido é a ideia de se fazer uma lei que obrigue as pessoas a preservarem um cérebro cujo discernimento é tão pouco que nem sequer tenta impedir que se parta o crânio que o protege."

3 comentários:

Filipa disse...

Pelas citações parece bastante interessante!!

Fica Bem
Bjos

Mãe das Marias disse...

Gosto muito desse senhor!

bjs

Avental de Seda disse...

aconselho... já o li tantas vezes que dou comigo a pensar porque? gosto mesmo muito. deve ser isso